Câncer masculino: tratamento precoce faz toda a diferença
Medo, desconhecimento e o preconceito ainda afetam o cuidado com estas doenas
Câncer masculino: tratamento precoce faz toda a diferença
Medo, desconhecimento e o preconceito ainda afetam o cuidado com estas doenças
Curitiba, 17/11/2017 - Novembro azul é o mês da conscientização pela prevenção do câncer masculino. Muitas vezes silenciosos, os cânceres exclusivos dos homens estão relacionados ao desconhecimento, falta de higiene, medo e a quebra de tabus. O câncer de próstata é um exemplo claro, pois este é o segundo tipo mais frequente desta doença no público masculino.
A próstata está localizada em uma região na qual, para a realização do exame, o acesso se dá por meio do toque retal. “Mesmo hoje, o homem ainda tem preconceitos e medos, principalmente, quando se refere à genitália ou problemas que podem afetar sua virilidade”, destaca o geriatra e médico do trabalho do Laboratório Frischmann Aisengart, Clóvis Cechinel.
"O homem não deve ficar com dúvidas e medos sobre este tipo de doença, pois isso pode gerar atraso no diagnóstico e comprometer o tratamento", enfatiza o especialista.
No caso do câncer de próstata, o rastreamento deve ser iniciado aos 50 anos de idade para os homens em geral e, aos 45 anos, para homens com fatores de risco. “Para isso são necessários exames anuais como o toque retal e o de sangue, chamado PSA Total”, explica Cechinel. Segundo ele, é importante salientar que o PSA ou toque retal alterado não são diagnósticos de doença, mas indicam qual paciente deve ser submetido a biópsia para um possível diagnóstico. O PSA total deve ser analisado para cada paciente levando em conta a idade, infecção urinária e entre outros fatores.
"Este tipo de câncer raramente causa sintomas em estágio inicial, por isso o acompanhamento anual é tão importante", afirma o médico. De acordo com ele, a manifestação de sintomas, geralmente, sugere uma doença avançada. "Pode se tornar aparente com a dificuldade em urinar, aumento da frequência urinária, obstrução urinária e até impotência", explica.
Após o diagnóstico, o tratamento varia conforme o tipo de câncer e seu estágio. Segundo o especialista, a taxa de cura pode chegar até a 85% se diagnosticado nos estágios iniciais da doença, quando ainda não existem sintomas.
Pênis e testículos
As doenças tanto no pênis quanto nos testículos não têm idade para aparecer e a identificação depende do autoexame e autoconhecimento. Nos testículos, a palpação escrotal pode revelar uma variação de forma ou tamanho, dolorimento ou feridas que devem ser avaliadas por um médico o quanto antes.
O câncer nos testículos é relativamente raro, responsável por 1 ou 2% dos cânceres no homem. A doença geralmente se apresenta na forma de um tumor sólido, que acomete mais frequentemente jovens e adultos com idades entre 15 e 45 anos. “Qualquer mudança ou caroço na bolsa testicular deve ser avaliada por um especialista. O tratamento varia de acordo com o diagnóstico, podendo ser de indicação clínica ou cirúrgica”, explica.
O câncer peniano é uma doença rara nos Estados Unidos e Europa, mas que na Ásia, África e América do Sul pode representar cerca de 10% das incidências de cânceres em homens.
Este tipo de doença ocorre mais em idosos e parece estar associada à falta de higiene genital, fimose, infecção pelo vírus HPV, entre outras características.
A doença se apresenta na forma de feridas que não curam, mesmo após o uso de medicamentos. “Infelizmente, grande parte dos tumores, quando chegam ao médico, já estão em estágio avançado devido ao medo, negligência e, até mesmo, desconhecimento”, explica.
O tipo de tratamento e a taxa de sucesso dependem do quão avançado é o estágio no qual ocorre o diagnóstico médico.
Aqui fica o alerta para a vacinação contra o HPV, que deve ser realizada nos meninos até os 16 anos preferencialmente, uma vez que a infecção pelo HPV é um dos fatores de risco para o câncer genital tanto em homens como em mulheres.
Fonte: Assessoria de Imprensa