Março Azul-Marinho reforça alerta sobre o aumento do câncer colorretal entre os jovens
O câncer de intestino - também chamado de câncer colorretal - é o segundo mais comum no Brasil entre homens e mulheres, e a tendência é que os casos aumentem nos próximos anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A principal preocupação é a incidência desse tipo de câncer entre a população mais jovem. Um estudo publicado na revista científica The Lancet Oncology revelou que o câncer colorretal de início precoce (entre 25 e 49 anos) está aumentando em 27 dos 50 países e territórios analisados. O estilo de vida tem um papel fundamental neste cenário: sedentarismo, alimentação industrializada e pobre em fibras, além de outros fatores de risco, podem contribuir para o aumento da doença.
Apesar de sua alta incidência, o câncer colorretal ainda enfrenta barreiras como tabus e falta de informação. O caso da cantora Preta Gil, que passou por um tratamento recente contra a doença, trouxe visibilidade para a questão, mostrando que o diagnóstico precoce pode salvar vidas. No entanto, muitas pessoas ainda não têm acesso facilitado a exames como colonoscopia e FIT (teste de sangue oculto nas fezes), essenciais para a detecção precoce.
“O câncer colorretal é o segundo mais incidente em nosso país e merece muito mais atenção, desde a população até os governantes. Trata-se de um câncer que pode ser prevenido com exames de rastreamento e, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de cura. Infelizmente, ainda enfrentamos desafios como a falta de acesso a esses exames e o desconhecimento sobre os fatores de risco. É essencial que tanto o sistema público quanto os planos de saúde garantam que mais pessoas tenham acesso às ferramentas necessárias para se proteger contra essa doença”, destaca Luciana Holtz, presidente e fundadora do Oncoguia.
*Luciana Holtz é psicóloga, especialista em psico-oncologia e bioética, e fundadora do Instituto Oncoguia, ONG voltada para educação, apoio e defesa dos direitos de pacientes com câncer. Ativista na área, já coordenou iniciativas globais de conscientização, integra comitês internacionais e foi reconhecida como fellow da Ashoka. Seu trabalho busca ampliar o acesso à informação e garantir que o câncer seja tratado como prioridade no Brasil.