Doença celíaca atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil Especialista explica que problema, caracterizado pela dificuldade do orga
Especialista explica que problema, caracterizado pela dificuldade do organismo em absorver nutrientes como o glúten, pode surgir em qualquer fase da vida e que mesmo pessoas assintomáticas podem ser portadoras do distúrbio, que não tem cura, mas possui tratamento
Doença celíaca é uma doença autoimune causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada em alimentos como trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados. Essa inflamação ocorre na parede interna do intestino delgado, promovendo redução da absorção dos nutrientes. Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), a patologia atinge cerca de 2 milhões de pessoas no País, mas a maioria encontra-se sem diagnóstico.
No último 16 de maio foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, a data foi escolhida como uma homenagem ao nascimento de Samuel Gee, médico e pesquisador inglês que foi o primeiro a reconhecer que os sintomas da Doença Celíaca estavam relacionados à dieta. Estima-se que a cada 400 brasileiros, um seja celíaco. De cada oito pessoas que possuem a doença, apenas uma tem o diagnóstico.
A médica gastroenterologista Karen Thalyne Pereira e Silva Domingos (CRMGO 15081), especialista que atende no Órion Complex, em Goiânia, explica que há um componente genético bem definido da doença celíaca, por isso pode acometer várias pessoas da mesma família. O diagnóstico é através da dosagem no sangue dos anticorpos contra o glúten e a biópsia do intestino. “Se fizermos o diagnóstico em uma pessoa, todos os parentes de primeiro grau devem ser investigados, pois podem apresentar a doença mesmo sem apresentarem os sintomas”, diz a médica.
Ela esclarece que a Doença Celíaca pode aparecer em qualquer fase da vida. Além dos celíacos, algumas pessoas podem ter sintomas desagradáveis ao ingerir glúten, mas não chegam a desencadear a reação autoimune que define a doença. Nesse caso, trata-se de sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC), condição que atinge em média 5% da população no Brasil.
A médica relata que os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa, mas os mais comuns são dores no estômago, náuseas, diarreia, distensão abdominal, anemia, entre outros. Geralmente, eles aparecem alguns dias ou horas após o consumo de glúten.
Os sintomas típicos parecem com o de quem comeu algo que não caiu bem, como vômito, diarreia, gases, sensação de inchaço, dores abdominais e azia que acontecem de forma frequente. “Se o indivíduo permanecer ingerindo glúten, a doença, evolui e pode provocar problemas mais graves, como lesões de pele, anemia, perda óssea, desnutrição, carência de vitaminas e infertilidade”, alerta a médica. A partir da confirmação do diagnóstico, o paciente precisa seguir uma dieta 100% livre de glúten. Isso é relativamente simples, mas não é fácil.
Vários famosos já foram diagnosticados com a doença celíaca como a atriz Isis Valverde e o tenista Novak Djokovic. Isso mostra que a doença pode afetar qualquer pessoa, independente da classe social e estilo de vida.