Vinho e mulheres. Não vivo sem eles.
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Meninas e meninos,
Começo este texto citando Virginia Wolf:
"O que é uma mulher? Eu não sei. Não acredito que alguém possa saber até que ela tenha se expressado em todas as artes e profissões abertas à habilidade humana" Virginia Wolf.
Hoje eu diria:
"O que é uma mulher? Eu não sei. Não acredito que muitos o saibam, nem mesmo algumas delas, pois são seres mágicos, que têm um sexto sentido apurado, e que estão à frente dos homens léguas de distância".
Álvaro Cézar Galvão.
Falar de vinhos e de mulheres é sempre um enorme prazer, e muito já se escreveu sobre o tema, mas para mim, ele é sempre uma fonte inesgotável e apaixonada.
Caso já tenham ouvido, ou lido texto com este assunto, levem em consideração, que o meu motivo maior, é de exaltar as mulheres e os vinhos.
Será mesmo que temos vinhos para homens, ou seja, mais masculinos, e outros para as mulheres, ou mais femininos?
O vinho é um alimento que foi concebido pelos deuses para enaltecer a saúde, a beleza e o espírito da mulher. Nenhum alimento é mais apropriado ao ideal feminina que o vinho. Mas via de regra, sempre foi feito por homens, e principalmente para os homens.
Guardando a devida distância na comparação, o homem tem ao lado da mulher o seu melhor, assim como o vinho acompanhado da gastronomia adequada também. É o casamento perfeito. Um não deveria viver sem o outro.
Está cientificamente provado que as mulheres têm mais sensibilidade, são mais olfativas. Estão habituadas, desde cedo, a identificar aromas, em perfumes, em cremes, em flores.
Os homens não passam dos cinco sentidos, enquanto as mulheres até por treino de muitas gerações, possuem apuradíssimos o olfato, já que usam lavandas e colônias desde há muito, o paladar, que protegia e protege a família quando é feita e servida a refeição, e o sexto sentido, que na falta de algo complementar mais científico, foi desenvolvido tendo por base o amor, a preocupação, o senso de responsabilidade para com a prole, e o despreparo acadêmico de antanho.
Isto em muito facilita as consumidoras de vinho, em relação aos consumidores homens, pois quase que intuitivamente, elas escolhem e acertam no vinho que mais gostam, muitas vezes sem os terem experimentado anteriormente.
As mulheres, não se deixam apanhar pelas armadilhas de convenções, estabelecidas pela sociedade patriarcal, onde, por exemplo, podem se deter a observar as diversas tonalidades de uma cor, ou a melhor interação de cores e suas tonalidades, atentas para a harmonia das combinações.
Quando uma mulher está aborrecida, principalmente em sua vida afetiva, ela pensa correndo em chocolates, o que as remete ao leite materno, com certo dulçor, macio e quente, aquele carinho maternal, a segurança, talvez esteja ai explicado por que em sua boa parte, as mulheres busquem vinhos mais adocicados.
Não que os homens não possam sentir-se ligados às suas lembranças ternas, mas de novo vemos a sociedade “educando” seus filhos homens para não serem sentimentais.
Estando atentos à grande mãe Natureza, podemos observar que em quase todas as espécies animais que vivem sobre a terra, os machos são os mais belos, vistosos e fortes, caracterizando-os como os provedores da continuidade da sua espécie.Graças ao bom Deus, na espécie humana, acontece o contrário; a Mulher é a mais bela, mais forte e vistosa e, creiam-me, a grande responsável pela continuidade da espécie.
É com estas e outras comparações que vamos descobrir o mundo das mulheres e homens no vinho.
Antes de falar dos vinhos propriamente, quero falar um pouco de cores.
Quem nunca ouviu falar que as cores mais vivas para as roupas, sempre caem bem para as mulheres, mas nem sempre para os homens?
Que a cor rosa é feminina, e o azul masculino?
Que o amarelo é bem aceito nas mulheres, mas o dourado em especial, que representa brilho e luxo é só delas?
Poderíamos partir destas premissas e ficar horas lembrando de outros exemplos, muitos deles já não tão marcantes em nossa sociedade hoje, machista, pero no mucho.
Quero estabelecer um roteiro onde possamos co-relacionar cores e aromas, aos vinhos, e estes aos homens e mulheres.Nada científico, mas empírico mesmo.
O vinho, para mim, é essencialmente feminino em seus aspectos visual, olfativo e gustativo, quando o analiso fazendo comparação com o melhor dos sexos.
Na mesma direção, admito que alguns vinhos podem ser mais próximos da rudeza, corpulência e aspereza do homem, sem que isto represente defeito, pois alguns vinhos, de determinadas uvas, terão que descansar antes de serem provados, comparando com a vida, só acontece assim após um período de amadurecimento.
Não dispenso olhar uma bela mulher, assim como não dispenso um belo vinho.
Há vinhos que têm mais corpo, as mulheres também.
Outros são suaves, aveludados como a pele delas, certo?
Numa pesquisa realizada nos EUA, 57% das mulheres consultadas preferiram o vinho tinto, somente 30% o branco, e 6% elegeram o espumante do tipo champanhe. Pode-se supor, entretanto, que entre os grandes tintos Bordeaux, a preferência das mulheres recaia sobre aqueles menos encorpados, ou pela Borgonha, cujos vinhos, por sinal, são chamados de femininos. Sempre que se vai falar de realeza entre as variedades de uvas, fala-se da tinta Cabernet Sauvignon como rainha da uvas tintas, e da Chardonnay como a rainha das brancas. Tende-se sempre a associar o vinho branco às mulheres, e o tinto aos homens, apesar de nesta pesquisa citada, termos o dobro delas preferindo o tinto. Pergunto: será que não é sinal dos tempos, onde a competição pela vida as leva à se igualarem ao mundo masculino? Embutem-se aí dois preconceitos: o de que quem gosta de branco não entende de vinho, o que não é verdade, e o de que os homens entendem mais, porque preferem o tinto, pura balela.
Como temos ocasiões para usufruirmos um vinho tinto, temos outras para o vinho branco, independentemente de estarmos comparando um com o masculino e outro com o feminino.
Como ficam então os roses e claretes? E os espumantes?
O charme dos champagnes rosados embeleza mesas e agrada paladares desde 1804. Conheça sua história e como são elaborados os rosés.
Em nossa cultura, o rosa é a cor da feminilidade, da ingenuidade infantil e do amor fraternal. Tem um efeito ao mesmo tempo tranqüilizador e tonificador. Nos vinhos tranqüilos, esta cor se traduz em bebidas alegres e sem compromisso. Paradoxalmente, nos espumantes a cor rosa evoca classe, nobreza e até certa seriedade.
Esta dualidade não é bem característica das mulheres?
Em seu surgimento no século XVII, o champagne não era exatamente branco, mas às vezes castanho, as vezes acinzentado, às vezes rosa pálido. A limpidez, o brilho e a cor amarelo dourada que vemos hoje só foram alcançados ao longo de mais de um século de evolução em sua elaboração. As primeiras borbulhas intencionalmente rosadas datam de 1804 e são creditadas a Nicole-Barbe Clicquot-Ponsardin (1778-1867), mais conhecida como "viúva Clicquot". Essa grande dama do champagne foi muito feliz em sua inovação, pois é inegável o grande charme conferido à bebida de viva coloração, que vai de um delicado tom de casca de cebola até o cereja intenso, quase tinto.
Os vinhos roses são encantadores, e para mim lembram as meninas em seu estágio pós-adolescente, quando ainda não atingiram a maturidade, mas já mostram sua personalidade.
Os espumantes são para mim, as mulheres completas, envolventes, inebriantes, misteriosas e complexas.
Quanto aos vinhos tintos, que sugerem serem mais encorpados, me lembram a personalidade das mulheres. Algumas “domam” seu temperamento, outras nem tanto, mas creio que façam muito mais esforço para isso do que os homens, que até certo ponto, esta força de temperamento é exigida socialmente, o que os permite conviver com esta personalidade sem muito chamar a atenção.
Entre os especialistas mais lidos e respeitados no mundo do vinho, três são mulheres: Serena Sutcliffe, Fiona Becquett e Jancis Robinson. Elas estão no mesmo nível (ou até um pouco acima) de Robert Parker e Hugh Johnson.
Na história do vinho, houve mulheres fortes que deixaram sua marca num meio tradicionalmente dominado por homens. Um exemplo clássico: Nicole-Barbe Clicquot-Ponsardin, a veuve Clicquot, que, viúva aos 27 anos e mãe de uma filha de 3 anos, revolucionou a casa de champanhe da família no início do século 19 e ficou conhecida como a inventora do remuage, procedimento destinado a retirar as borras de levedura das garrafas de champanhe. Mas a veuve Clicquot e outras mulheres de fibra do passado sempre foram exceções que confirmavam a regra: fazer vinho era um ofício eminentemente masculino. Até hoje é assim. No entanto, nas últimas duas ou três décadas, como em quase todas as profissões, mais e mais mulheres passaram a elaborar tintos, brancos, espumantes... Em qualquer lugar do mundo em que o suco da uva fermente e vire vinho, elas ainda são minoria, é verdade. Mas não é mais possível ignorá-las. Elas chegaram às vinícolas – e chegaram para ficar.
Vamos sensorialmente fazer provas de vinhos, sempre pensando em compará-los ao masculino e feminino, e só então estaremos preparados para a certeza final........
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
“O ENGENHEIRO QUE VIROU VINHO”
http://divinoguia.blogspot.com
(11)9136-2953
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