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CULTURA

Zilda Brandão
21/06/2023 às 23:30hs


Peça retrata o surto de um prestigiado apresentador de telejornal que já não consegue mais noticiar os problemas insolúveis do país

 

O bombardeio diário de notícias ruins em um Brasil pandêmico inspirou a criação do solo O Âncora, com direção e texto de Leandro Muniz, atuação e direção de Alex Nader, direção de produção de Caio Bucker e coordenação de produção de Anna Sophia Folch. O espetáculo estreia no dia 30 de junho no CCBB São Paulo, onde segue em cartaz até 23 de julho, com apresentações às quintas e sextas às 19h, sábados às 16h e 19h e domingos às 16h. 

Na trama, o famoso âncora do principal telejornal de um grande emissora de TV surta diante das câmeras. Ele está saturado pelos muitos problemas enfrentados pelo país e extenuado pelas últimas notícias da política. Durante a transmissão, ele confessa ao vivo que está bêbado e que precisa tomar remédios psicotrópicos para poder dar conta de repetir à exaustão os fatos cruéis que assolam o país.

Desacreditado com a profissão e com o “desgoverno”, o apresentador está em seu limite e ameaça acabar com a vida ao vivo. Ele está disposto a romper com os limites da ética jornalística para alertar seu público de que a vida no país está muito pior do que as pessoas imaginam e que nem a emissora para a qual ele trabalha é confiável.

A ideia da peça é partir desse contexto para criar uma reflexão sobre todas as questões importantes para o nosso tempo, como a crise climática, a desigualdade social, a luta contra a extrema direita, a homofobia, o racismo, o machismo e o papel da mídia brasileira no cenário político.

Com humor crítico, o texto procura desconstruir com sarcasmo o homem que deveria levar credibilidade à família brasileira, mostrando que ele também está em crise, culpado por viver cercado de privilégios e finalmente resolve decretar o fim da hipocrisia que virou a sua vida. Em crise por ser um homem branco, hetero, rico, num país ainda famélico e deseducado, ele aponta sua língua afiada e desabafa descontrolado, expondo a sua vida e os bastidores da política em cadeia nacional.

Esse mote é uma janela humorística para o personagem passear por tudo o que o aflige, desde seu relacionamento falido com uma ex-apresentadora de telejornal, a proliferação das  fakenews, que abalou a credibilidade do jornalismo e impulsionou veículos extremamente duvidosos, passando pelo seu inconformismo com a visão distorcida que o público tem sobre quem ele realmente é. Ele, fora de si, mostrará o seu lado cruel, poético, humorado, raivoso e autodestrutivo.

Sobre Leandro Muniz – autor e diretor

Leandro Muniz é roteirista, dramaturgo, ator, diretor e músico. Começou a carreira em 1997 na Cia Os F…Privilegiados, e trabalhou com nomes como Antonio Abujamra, João Falcão, Paulo de Moraes e Karen Acioly. 

Escreveu “Peça por peça” (2007), selecionada para o Concurso Nacional de Dramaturgia do CCBB; “Babilônia”, parceria com Jô Bilac; “Sucesso”, que rendeu o prêmio da APTR 2016 para Juliana Guimarães como Melhor Atriz, e indicação no Prêmio do Humor para Pedroca Monteiro para ator coadjuvante; “Relações - Peça quase Romântica”, que recebeu o prêmio de melhor texto no Festival de Teatro do Rio 2009; e “Senhora Solidão”.

Levou à Nova York “Relationships – an almost romantic comedy”, uma versão em inglês de sua peça “Relações”, apresentada na Off Broadway em 2015 e posteriormente em Los Angeles em 2016. Venceu por dois anos consecutivos o Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro. Escreveu e dirigiu com João Fonseca o sucesso "A vida não é um musical - o musical". 

Na TV, escreveu para diversos programas, como “Escolinha do Professor Raimundo”, "Amor & Sexo" e “Filhos da Pátria”. Atualmente é roteirista do programa “Lady Night”, na Multishow. Foi colaborador do site “dramadiario.com”, pioneiro de dramaturgia na internet, sendo um dos autores do livro Cena Impressa, formado por dez novos dramaturgos brasileiros.

Sobre Alex Nader - ator

Alex Nader começou no teatro aos 11 anos, estudou com Domingos Oliveira, Hamilton Vaz Pereira, Moacir Chaves, Fabio Barreto, entre outros, e se profissionalizou em 1998. Formou-se em Cinema pela Unesa em 2003, desde então vem trabalhando com renomados diretores no Teatro, TV e Cinema. 

No Teatro destaca-se “Caranguejo Overdrive”, vencedor dos prêmios Cesgranrio, Shell e APTR nas categorias Texto e Direção; “Navalha na Carne”, uma Homenagem para Tônia Carrero; “A Paz Perpétua”, com Direção de Aderbal Freire Filho; “Répétition”, com direção Walter Lima Jr., e “Não sobre Rouxinóis”, com direção de João Fonseca e Vinícius Arneiro. 

Na TV seus últimos trabalhos foram a novela “Quanto mais vida melhor”, na TV Globo; as séries “Amar é para os fortes”, na Amazon; “Arcanjo Renegado” e “A Divisão”, ambos para a Globoplay. 

No Cinema seus principais trabalhos são os longas “Alemão 2”, de José Eduardo Belmonte; “Macabro”, de Marcos Prado; e “Motorrad”, de Vicente Amorim.

Sobre Anna Sophia Folch

Anna Sophia Folch é atriz, diretora e produtora. Através da Curumim Produções Artísticas vem produzindo tanto teatro quanto obras audiovisuais.

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Ficha Técnica

Texto e direção: Leandro Muniz 

Direção e atuação: Alex Nader

Direção de produção: Caio Bucker

Produção executiva: Radamés Bruno

Coordenação de produção: Anna Sophia Folch

Assessoria de imprensa: Pombo Correio

Sinopse

Um prestigiado âncora de telejornal de uma emissora de credibilidade surta durante a apresentação do programa, saturado pelos problemas insolúveis do país. Perplexo com as últimas notícias da política, ele explode no ar, confessa que está alcoolizado e que há anos usa psicotrópicos para dar conta das notícias cruelmente repetitivas. Ele está no seu limite, acabou um casamento e não acreditar mais no jornalismo. Ele está disposto a romper os limites e alertar o seu público de que a vida está muito pior do que eles imaginam e, talvez, no fim daquele fatídico dia de trabalho dê fim a sua própria vida em rede nacional.

Serviço

O Âncora, de Leandro Muniz

Temporada: 30 de junho a 23 de julho, às quintas e sextas, às 19h; aos sábados, às 16h e às 19h; e aos domingos, às 16h

Classificação indicativa: 14 

Duração: 50 minutos 

Ingressos: 30(inteira) e R$15 ( meia-entrada)

Ingressos em bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB

Acessibilidade: acesso a cadeirantes. 1 sessão com intérprete de libras a ser divulgada.

 

Centro Cultural Banco do Brasil 

Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP  - ATENÇÃO RUA DE PEDESTRE. Veja as opções oferecidas para chegar ao CCBB com mais comodidade.

O CCBB disponibiliza traslado com van gratuita e credenciada a partir de dois pontos. Vans de 15 em 15 min. 

1. Estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228. 

2. Estação de metrô República.

Informações: +55 11 4297-0600  

 

 

Foto crédito: @callanga






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