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CULTURA

Com uma série que transita entre a pintura e a escultura, o artista investe em substâncias industriais diversas, de densidades que transitam entre o sólido e o fluído

Zilda Brandão
06/11/2018 às 08:15hs


Com uma série que transita entre a pintura e a escultura, o artista investe em substâncias industriais diversas, de densidades que transitam entre o sólido e o fluído

Fragmentos de uma trajetória poética amparada pela matéria. É esse o tom da nova série do artista visual Marcos Amaro, que, no dia 8 de novembro, às 19h, inaugura sua exposição individual Aquilo que resta, na Luis Maluf Art Gallery. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra apresenta um recorte inédito de 11 trabalhos em que explora diferentes substâncias. Óleos, gorduras, betumes sobre chapas, latarias e fuselagens são combinados de modo a sugerir uma pintura matérica, que caminha entre o bidimensional e o tridimensional.

Com uma densa produção escultórica, Marcos Amaro migra para a pintura, mas não deixa de construir grandes volumes. O impacto visual de sua obra está nos materiais que explora e na relação que estabelece com os espaços que ocupa. A paleta de cores de seus trabalhos transita entre os tons que o cercam em seu ateliê de pintura, remetendo à degradação provinda do tempo. Os pontos de cor observados, por sua vez, revelam o que vibra em meio ao caos.

Artista visual - Marcos Amaro - Luis Maluf Art Gallery
Destalhes da obra

Para o curador Marcus de Lontra Costa, o artista aproxima matérias e conceitos diferenciados, que sugerem um diálogo permanente com o legado de Tunga e Henry Chamberlain. "Assim como eles, Marcos Amaro está inserido no universo da pop art que aproxima procedimentos artísticos industriais. As obras conectam-se também com aarte povera", pontua. Objetos pictóricos ou pinturas matéricas, é assim que se traduz o processo por onde passa essa série do artista, que explora materiais que estão entre o líquido e o sólido, apresentando-se, ao olhar do curador, obras "densas, compactas, misteriosas e estranhamente belas".

A mostra, que também se relaciona com o poema Resíduo, de Carlos Drummond de Andrade, revela aquilo que resta, que resiste e persiste do discurso poético do artista Marcos Amaro. "O trabalho é puramente matéria, dessa vez, explorada em uma pesquisa que transcende a trajetória artística marcada pelo uso de material aeronáutico ressignificado. Nessa produção inédita, revelo o compromisso com uma ação artística sólida, importante no contexto de realidades líquidas em que estamos inseridos", conta o artista.

Sobre o artista:

Marcos Amaro estudou Filosofia - base intelectual que reflete o processo de pesquisa que antecede a produção artística. Desenvolve suas obras, predominantemente, a partir da matéria em estado bruto, precário, por vezes desconstruída e descontextualizada.

O artista expôs no Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul e no Centro Cultural Correios de São Paulo e do Rio de Janeiro. Participou das principais feiras nacionais e internacionais, como a SP-Arte, a SCOPE – Basel, a CONTEXT-NY, Art Zurich e Art Wynwood. Venceu o prêmio de Escultura Sustentável na Bienal de Salerno e seus trabalhos integram as coleções do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, de Fábio Delduque, curador e diretor do Festival de Arte da Serrinha, e de seu galerista, Luis Maluf.

Serviço:

Luis Maluf Art Gallery

Aquilo que resta, Marcos Amaro

Abertura: 08 de novembro, às 19h

08 novembro a 08 de dezembro

Rua Peixoto Gomide, 1887 - São Paulo

Terça a sexta, 11h às 20h

Sábado, 11 às 18h

 






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