Poetas negras contemporâneas são retratadas na exposição Corpa Negra - Sesc Carmo
A exposição Corpa Negra retrata por meio da pintura em tecido as poetas Queila Rodrigues (Cidade Tiradentes), Raquel Garcia (Cidade Tiradentes), Andréia Rosa (Itaim Paulista), Jennyfer Nascimento (poeta pernambucana residente no Jd. Ibirapuera), Raquel Al
Poetas negras contemporâneas são retratadas na exposição Corpa Negra, em cartaz no Sesc Carmo.
Obras da artista e grafiteira Carolina Teixeira
"Corpa Negra tivera a vida como presente / Na labuta, suava de tanto nascer todo dia / Chorou todas as lágrimas do mundo, cansara de rios de sangue / Cantara de tanto sofrer várias línguas". Inspirado pela poesia e trajetória da poeta, compositora e atriz negra Maria Tereza Moreira de Jesus (1974-2010), a artista plástica Carolina Teixeira criou ao lado da tecelã Marta Mursa seis painéis com retratos de jovens poetas negras contemporâneas, incluindo Maria. Chamada de Corpa Negra, que dá título a um dos poemas de Maria, a exposição fica em cartaz no Sesc Carmo até 28 de dezembro.
A exposição Corpa Negra retrata por meio da pintura em tecido as poetas Queila Rodrigues (Cidade Tiradentes), Raquel Garcia (Cidade Tiradentes), Andréia Rosa (Itaim Paulista), Jennyfer Nascimento (poeta pernambucana residente no Jd. Ibirapuera), Raquel Almeida (Pirituba) e a homenageada Maria Tereza Moreira de Jesus (Vila Nova Cachoeirinha). Artista plástica há mais de 12 anos, Carolina tem sua trajetória ligada à literatura periférica, movimento que a colocou em contato com os poemas de Maria Tereza e das outras mulheres chamadas para integrar a exposição.
O lirismo e recursos literários de cada escritora conduziram o trabalho de Caroline, que pintou em tecidos de algodão retratos e trechos dos poemas de algumas das criadoras. Grafiteira, Caroline tem um trabalho consistente que passa por temas sociais como o feminismo e o genocídio nas periferias. Após a finalização das pinturas, Caroline submeteu os tecidos à tecelã Marta Mursa. “Indiquei alguns pontos do tecido para que fossem feitos recortes e intervenções que criaram metáforas que tem a ver com a ideia da Corpa Negra, do poema de Maria”, diz a artista.
Carolina Teixeira
Em seguida, Marta interferiu livremente nos tecidos - seis folhas de 2x5m de comprimento por 1,65m de largura. “É uma exposição que tem muito a ver com a trajetória comum de mulheres negras vindas da periferia que ocupam esse mesmo caldeirão da literatura”, conclui Caroline.
Exposição Corpa Negra
Abertura no dia 10 de novembro, sexta-feira, das 17h30 às 20 horas
De 13 de novembro a 28 de dezembro, segundas a sextas, das 9h30 às 19h30. Exceto dias 15/11, 20/11 e 25/12
Área de Convivência. Livre. Grátis
Sesc Carmo - rua do Carmo, 147, Sé, tel. 3111-7000. Horário de funcionamento de segunda a sexta das 10 às 8h.
www.sescsp.org.br.
Livre.
Classificação indicativa: 16 anos.